Reflexo dos nossos ancestrais em nossas decisões

O amor é a base dos nossos relacionamentos, sejam eles pessoais ou profissionais.

O amor é a ligação entre as pessoas. Estamos totalmente interligados com a nossa família de origem. Quando digo família de origem quero dizer principalmente os nossos pais, avós e bisavós. E esse pertencimento é uma das leis da constelação familiar descoberta por Bert Hellinger. Bert relata em seus livros que temos a necessidade de pertencer e quando nascemos pertencemos a um grupo muito importante que é a nossa família de origem. Em muitos casos somos fiéis a esse grupo no decorrer das nossas vidas. Tive um caso de um cliente que nasceu em uma família muito pobre e sem recursos, ele não conseguia ter sucesso na profissão por amor e por medo de não se sentir aceito em sua família. Nesses casos, o pensamento é “se tiver uma vida financeira melhor que a dos meus pais não conseguirei suportar esse peso e essa consciência pesada, por isso me nego a ter sucesso”. Como se a sua família tivesse carregado durante anos um piano para você tocá-lo. E como retribuição, você não se permite tocar uma linda melodia e prefere ‘voltar ao tempo’ para carregar o piano junto com os seus familiares. Isso é uma negação à evolução.

Muitas vezes repetimos o padrão da família de origem por amor a ela, um amor cego. Esse amor cego acontece quando reconhecemos o nosso amor pelos nossos pais, porém não conseguimos enxergar o amor deles por nós. Esse amor é perigoso, porque faz com que os filhos repitam os padrões ruins e anteriores da sua família. Geralmente os problemas das pessoas são repetições de questões do passado familiar. A pessoa tem um problema difícil e ela se sente inocente, não sabe porque tem esse problema.

Outro aspecto da lei do pertencimento é quando excluímos alguém do nosso sistema inconscientemente ou até mesmo conscientemente. Por amor a essa pessoa, uma pessoa da próxima geração ocupa o lugar dela, o destino dela. Um exemplo disso seria quando a família excluiu um tio que era estelionatário e anos depois um sobrinho assume essa postura em lealdade a esse tio excluído. Um amor cego pelos excluídos. Na maioria das vezes esses comportamentos são inconscientes, mas com o entendimento dessa lei milenar você pode deixar essas ações conscientes. 

Então, como podemos não repetir esses padrões dos nossos ancestrais? Primeiro passo seria reconhecer o amor deles por nós. Depois integrar novamente à nossa família a pessoa que foi excluída, pois essa aceitação possibilita que a injustiça seja compensada e os destinos não precisam mais serem repetidos. O terceiro passo é mudar a nossa postura, observando em nossas ações quais padrões são nossos, quais são dos nossos pais e quais são da nossa família de origem. Entender que muitas vezes junto com essa nova postura carregaremos uma consciência pesada diante da nossa família. Evoluir é exatamente dessa forma, agradecer os nossos pais pela vida que eles nos deram, mas assumir o controle das nossas vidas um pouco diferente do que eles fizeram, pois além da época ser outra, precisamos subir mais um degrau na escada da evolução.

Lya Parente

Descubra o segredo de viver uma vida com propósito e valores.

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